quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A Alma Boa de Setsuan


As vésperas da estréia de da peça “Alma Boa de Setsuan”, em julho deste ano, Marco Antonio Braz conversou com os idealizadores deste blog sobre seu trabalho.
Em um papo rápido por telefone, na manhã de um sábado, contou sobre a expectativa de estréia e como foi a viabilização do espetáculo. Acompanhe.

Qual a expectativa para estréia?
A expectativa é grande, principalmente pelo tempo de gestação deste projeto. A primeira vez que fizemos uma leitura publica deste texto foi em 2001, no antigo SESC Pinheiros, já com a Denise Fraga e os atores que faziam parte do meu grupo, “O circulo dos comediantes”.

Qual o maior desafio nesta montagem?
De lá para cá, até viabilizar o projeto, passamos por uma série de processos, inclusive o de adaptação, para chegar em um termo de comunicabilidade com a platéia de hoje.

Já trabalhou algum texto de Bertolt Brecht antes?
Na faculdade montei dois Brecht: “O casamento do pequeno burguês” e o “Dom Juan”, adaptado sobre o texto de Molier. Em 1998 montei "Arturo Ei". Todas essas experiências somadas me deram uma bagagem maior nessa versão de “A alma boa de Setsuan”.

Como foi feita a tradução do texto?
Não sei se os puristas vão gostar, pois “metemos a mão no texto”. Mas essa é uma prática que o próprio Brecht nos ensinou. Ele adaptava os clássicos, reescrevendo, mudando a estrutura das cenas para conseguir uma comunicação fluente com o público.

Quais as principais mudanças?
O texto original tem mais de três horas, nós estamos apresentando um espetáculo de duas horas. Nós retiramos da estrutura todos os elementos que caracterizariam a estrutura épica do texto, que são os grande monólogos onde se dialogava diretamente com o público. O dialogo está no jogo da encenação, tudo acontece diante do público, como as trocas de figurino.

Clique aqui para baixar o aúdio da entrevista.

3 comentários:

Jovens alunas de jornalismo tentando fazer um bom trabalho disse...

Parabéns pelo blog.

Unknown disse...

Objetiva e bem armada a entrevista, mas fiquei com vontade de saber, afinal, quem é Setsuan e porque ele tem uma alma boa...algo que é instigante (alguém de alma boa??) que o blog poderia explorar para chamar a atenção dos leitores!!

Jovens alunas de jornalismo tentando fazer um bom trabalho disse...

Pessoal, muito legal vocês comentarem e abordarem mais sobre o teatro brasileiro. Muito bom.